Foi por meio deste blog (social media club) e da comunidade “Relações Públicas” no Orkut (+ de 10 mil membros) que comecei a conversar com Pedro Souza Pinto, um jovem de 27 anos, graduado em Relações Públicas pela UFMG. Na semana passada, ele me enviou um convite para participar da comunidade recém-formada “Horizonte RP”, que promove trocas, diálogos, experiências, divulgações e interação entre profissionais e estudantes de Relações Públicas de Minas Gerais. Além de coordenar a comunidade, ele trabalha atualmente na Assessoria de Comunicação da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte e realiza projetos como freelancer na área de comunicação e mobilização social.
Exemplo a ser seguido por outras pessoas, Pedro Souza Pinto comenta sua trajetória, visão e opiniões a respeito das mídias sociais e da profissão de relações públicas:
O interesse por mídias sociais
Sempre me interessei por tecnologia e tive uma certa curiosidade sobre as novidades na área. Desde quando começaram a surgir as ferramentas que permitiam a qualquer um criar seu site depois seu próprio blog, e assim por diante, eu buscava entender como funcionava. Mas creio que foi a partir do surgimento e expansão do Orkut no Brasil e toda a discussão que daí partiu, que passei a olhar as mídias sociais pelo viés mais crítico como profissional de comunicação. Desde então acompanho – ou pelo menos tento, dada a velocidade com que as coisas acontecem – o que surge de novo nessa área, bem como os estudos ou reportagens. Pra falar a verdade, já me cadastrei em tantos tipos de redes sociais na internet, apenas para ver como funcionavam, que já não sei mais de quantas faço parte.
Os projetos desenvolvidos pelo grupo de relações públicas
O grupo surgiu em meados de 2006 (oficialmente, em setembro de 2006) e realiza praticamente tudo pela internet. É um trabalho totalmente voluntário, por isso utilizamos essencialmente esse recurso, que não nos gera custos. Começamos com uma lista de discussão no yahoo, que ainda mantemos. Quando definimos melhor o que faríamos, criamos um site, e mais tarde uma newsletter, a “Panorama”, que era quinzenal e depois passou para mensal. Atualmente não a estamos publicando devido à nossa pouca disponibilidade para produzir material próprio, além de estarmos num momento de revisão de algumas ações. Ainda no começo, também realizávamos reuniões do grupo, às vezes em alguma faculdade, para atrair também alguns estudantes, e outras vezes em algum lugar onde pudéssemos planejar as ações. Com o tempo, porém, percebemos que esse formato de reunião era pouco atrativo e nos concentramos mais no trabalho virtual. Em seguida veio o blog e também a comunidade do Orkut. Além disso, acompanhando os blogs e listas de discussão de RP, descobrimos na Bahia uma iniciativa interessante, de uma aluna chamada Shade Andréa Cavalcante, que propunha um evento chamado “Café Com R e P”. A idéia era reunir profissionais e estudantes de Salvador para um bate-papo informal e descompromissado, apenas para que eles se conhecessem e trocassem idéias. Fizemos contato com ela e “importamos” a idéia, passando a realizar desde o final do ano passado um encontro bimestral, o “Café Horizonte RP”, com o mesmo formato (aliás a 3ª edição é nesta segunda, 30 de março).
Por fim, conhecemos o Ning e resolvemos investir nessa idéia, quando percebemos o potencial de criar uma relação mais próxima e menos mediada entre os nossos públicos. Acho que essa rede social consegue resumir da melhor forma o que queremos com o Horizonte RP, que é gerar entre os RPs mineiros esse encontro e essa troca de experiências.
Quanto ao grupo, somos dois que administram diretamente as ferramentas. A outra pessoa é a Alanna Costa (foto), RP formada pela faculdade Fabrai (em 2006, quando começamos, ainda era estudante). Temos também um apoio mais direto de outro profissional, Wallace Ischaber (freelancer), que nos fornece o espaço em seu servidor e nas configurações gerais da web (endereços, e-mail etc). Há também outros colegas mais próximos que, apesar de não estarem responsáveis por alguma ferramenta ou função no grupo, são legitimadores que estão sempre presentes e participando do que propomos.
O grupo, como eu disse, é totalmente voluntário, e a nossa intenção é justamente que as pessoas participem de forma espontânea no que lhes for possível. Então é difícil separar extamente quem faz parte ou não do Horizonte RP, por isso fiz essa divisão mais operacional.
As experiências vividas
Do começo até hoje pudemos perceber que já começou a se estabelecer uma rede mais coesa de profissionais de RP aqui em BH. Também entre os estudantes nos tornamos bastante conhecidos – talvez porque a rede dos estudantes seja mais próxima pelo próprio ambiente em que convivem e pela maior proximidade com as novas tecnologias. Alguns deles passaram a ter o nosso site e newsletter como uma fonte de informação (hoje, o blog e, esperamos, o Ning). Também passamos a buscar parcerias, e alguns cursos oferecidos pelo INAP (Instituto de Artes e Projetos, aqui em BH) dão desconto aos cadastrados no Horizonte RP (seja na nossa lista de discussão ou nosso mailing). Temos ainda um bom caminho ainda para chegar a criar uma referência de informação para as RP de Minas Gerais, como pretendemos, mas creio que estamos andando no ritmo certo para o que o grupo pode fazer.
O futuro das mídias sociais
Minha opinião sobre isso é mais um desejo do que uma previsão. Mas acredito que as mídias sociais devem caminhar para chegar a um momento de convergência, quando será ainda mais simples estar presente de forma permanente nessa vida social digitalizada. Digo “vida social digitalizada” também porque vejo as mídias sociais tornando-se uma extensão dos nossos relacionamentos, pessoais ou profissionais, no mundo real, com formas diferentes de explorá-los. Olhando ainda mais adiante, creio que aquela convergência as tornará uma parte normal de nossas vidas, integrando-as como uma forma de nos organizarmos e nos relacionarmos no cotidiano. Mas aí já estou me adiantando um pouco demais…
Bom, é isso aí. Abraço! Pedro.