uma grata surpresa na sala de aula

5 11 2010

Tem coisas que deixam muito clara a diferença entre as gerações: expressões, filmes, músicas, fotos, ou simplesmente a idade. Eu iniciei meus estudos numa faculdade em São Paulo e depois me mudei para o Triângulo Mineiro (para ficar mais próximo dos meus irmãos), onde conclui o curso de jornalismo. Para ampliar meus conhecimentos e matar a curiosidade sobre o nível dos cursos em São Paulo, continuei por alguns anos seguidos meus estudos no período pós-formado, em instituições de ensino das mais renomadas.

No mês passado, tive a oportunidade de voltar para a sala de aula e matar uma curiosidade: como estava sendo tratado o assunto “mídia social” no meio universitário?  Tive uma grata surpresa. Grupos de alunos do 6o. semestre do curso de Publicidade e Propaganda da Fapcom me apresentaram seus projetos de blogs e fiquei impressionado com o grau de profissionalismo da turma. Seguiam uma metodologia aplicada no mercado profissional; dominavam seus temas; falavam com entusiamo e tinham uma infraestrutura impressionante.

Nos últimos anos, eu tenho sido convidado com frequência para dar palestras em cursos de MBA e congressos. Comparando os

tipos de eventos educacionais e perfis de estudantes, deu para perceber uma nítida evolução das mídias sociais em sala de aula. Para os graduandos, ressaltei que existe hoje um mercado em franca expansão e, se na minha época, conseguir fazer uma faculdade era privilégio de poucos – e ainda continua a ser – fazer um curso com aquela base de ensino e visão de mercado já seria um bom caminho para a definição da carreira de alguns deles.

Em minha trajetória educacional, quando jovem, mesmo com poucas opções de curso|emprego na década de 80, sofri demais com as escolhas. Segui algumas e errei em escolher outras, mas a vocação profissional apontou o caminho certo. Hoje, eu já vejo os alunos com as idéias fervilhando e uma excitação enorme em botar tudo em prática. Sinto aquela veia de empreendedorismo, muito tímida no passado, na “Era do Emprego”. Sim!! estimulo o empreendedorismo nos jovens, pois as portas nunca estiveram tão abertas para toda uma geração.





mídia social amplia o horizonte para a carreira de RP

4 04 2009

comunidade-horizonte-rp

Foi por meio deste blog (social media club) e da comunidade “Relações Públicas” no Orkut (+ de 10 mil membros) que comecei a conversar com Pedro Souza Pinto, um jovem de 27 anos, graduado em Relações Públicas pela UFMG. Na semana passada, ele me enviou um convite para participar da comunidade recém-formada “Horizonte RP”, que promove trocas, diálogos, experiências, divulgações e interação entre profissionais e estudantes de Relações Públicas de Minas Gerais. Além de coordenar a comunidade, ele trabalha atualmente na Assessoria de Comunicação da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte e realiza projetos como freelancer na área de comunicação e mobilização social.

pedro-souza-pintoExemplo a ser seguido por outras pessoas, Pedro Souza Pinto comenta sua trajetória, visão e opiniões a respeito das mídias sociais e da profissão de relações públicas:

O interesse por mídias sociais

Sempre me interessei por tecnologia e tive uma certa curiosidade sobre as novidades na área. Desde quando começaram a surgir as ferramentas que permitiam a qualquer um criar seu site depois seu próprio blog, e assim por diante, eu buscava entender como funcionava. Mas creio que foi a partir do surgimento e expansão do Orkut no Brasil e toda a discussão que daí partiu, que passei a olhar as mídias sociais pelo viés mais crítico como profissional de comunicação. Desde então acompanho – ou pelo menos tento, dada a velocidade com que as coisas acontecem – o que surge de novo nessa área, bem como os estudos ou reportagens. Pra falar a verdade, já me cadastrei em tantos tipos de redes sociais na internet, apenas para ver como funcionavam, que já não sei mais de quantas faço parte.

Os projetos desenvolvidos pelo grupo de relações públicas

O grupo surgiu em meados de 2006 (oficialmente, em setembro de 2006) e realiza praticamente tudo pela internet. É um trabalho totalmente voluntário, por isso utilizamos essencialmente esse recurso, que não nos gera custos. Começamos com uma lista de discussão no yahoo, que ainda mantemos. Quando definimos melhor o que faríamos, criamos um site, e mais tarde uma newsletter, a “Panorama”, que era quinzenal e depois passou para mensal. Atualmente não a estamos publicando devido à nossa pouca disponibilidade para produzir material próprio, além de estarmos num momento de revisão de algumas ações. Ainda no começo, também realizávamos reuniões do grupo, às vezes em alguma faculdade, para atrair também alguns estudantes, e outras vezes em algum lugar onde pudéssemos planejar as ações. Com o tempo, porém, percebemos que esse formato de reunião era pouco atrativo e nos concentramos mais no trabalho virtual. Em seguida veio o blog e também a comunidade do Orkut. Além disso, acompanhando os blogs e listas de discussão de RP, descobrimos na Bahia uma iniciativa interessante, de uma aluna chamada Shade Andréa Cavalcante, que propunha um evento chamado “Café Com R e P”. A idéia era reunir profissionais e estudantes de Salvador para um bate-papo informal e descompromissado, apenas para que eles se conhecessem e trocassem idéias. Fizemos contato com ela e “importamos” a idéia, passando a realizar desde o final do ano passado um encontro bimestral, o “Café Horizonte RP”, com o mesmo formato (aliás a 3ª edição é nesta segunda, 30 de março).

Por fim, conhecemos o Ning e resolvemos investir nessa idéia, quando percebemos o potencial de criar uma relação mais próxima e menos mediada entre os nossos públicos. Acho que essa rede social consegue resumir da melhor forma o que queremos com o Horizonte RP, que é gerar entre os RPs mineiros esse encontro e essa troca de experiências.

alannacostasantosQuanto ao grupo, somos dois que administram diretamente as ferramentas. A outra pessoa é a Alanna Costa (foto), RP formada pela faculdade Fabrai (em 2006, quando começamos, ainda era estudante). Temos também um apoio mais direto de outro profissional, Wallace Ischaber (freelancer), que nos fornece o espaço em seu servidor e nas configurações gerais da web (endereços, e-mail etc). Há também outros colegas mais próximos que, apesar de não estarem responsáveis por alguma ferramenta ou função no grupo, são legitimadores que estão sempre presentes e participando do que propomos.

O grupo, como eu disse, é totalmente voluntário, e a nossa intenção é justamente que as pessoas participem de forma espontânea no que lhes for possível. Então é difícil separar extamente quem faz parte ou não do Horizonte RP, por isso fiz essa divisão mais operacional.

As experiências vividas

Do começo até hoje pudemos perceber que já começou a se estabelecer uma rede mais coesa de profissionais de RP aqui em BH. Também entretwitter-horizonterp os estudantes nos tornamos bastante conhecidos – talvez porque a rede dos estudantes seja mais próxima pelo próprio ambiente em que convivem e pela maior proximidade com as novas tecnologias. Alguns deles passaram a ter o nosso site e newsletter como uma fonte de informação (hoje, o blog e, esperamos, o Ning). Também passamos a buscar parcerias, e alguns cursos oferecidos pelo INAP (Instituto de Artes e Projetos, aqui em BH) dão desconto aos cadastrados no Horizonte RP (seja na nossa lista de discussão ou nosso mailing). Temos ainda um bom caminho ainda para chegar a criar uma referência de informação para as RP de Minas Gerais, como pretendemos, mas creio que estamos andando no ritmo certo para o que o grupo pode fazer.

O futuro das mídias sociais

Minha opinião sobre isso é mais um desejo do que uma previsão. Mas acredito que as mídias sociais devem caminhar para chegar a um momento de convergência, quando será ainda mais simples estar presente de forma permanente nessa vida social digitalizada. Digo “vida social digitalizada” também porque vejo as mídias sociais tornando-se uma extensão dos nossos relacionamentos, pessoais ou profissionais, no mundo real, com formas diferentes de explorá-los. Olhando ainda mais adiante, creio que aquela convergência as tornará uma parte normal de nossas vidas, integrando-as como uma forma de nos organizarmos e nos relacionarmos no cotidiano. Mas aí já estou me adiantando um pouco demais…

Bom, é isso aí. Abraço! Pedro.





as dúvidas dos estudantes e do mundo corporativo são as mesmas: “comofas”?

21 09 2008

Ontem eu jantei com um casal de amigos que tem dois filhos. Certa hora da noite, o papo da mesa foi se encaminhando para o lado do Orkut. Nessa momento, a mãe dos meninos comentou que a tia (irmã dela) reclamou o “chute na canela” recebido pelo sobrinho por bisbilhotar a vida do guri.

“Meus tios”, disse o garoto com desdém, “acham que eu sou bobo. Ficam investigando os meus passos como se eu não soubesse, ao invés de simplestemente conversarem comigo”, contestou. Sorri e continuei ouvindo suas argumentações. Pouco tempo depois a mãe disparou uma pergunta: “se ele fosse seu filho, que conselho você daria para ele escolher uma profissão?”

Assim que ouvi a questão, inevitavelmente me lembrei de um workshop que fiz recentemente para um grupo de executivos de Recursos Humanos (RH). Eles queriam entender porque os estudantes de ensino médio tendem a escolher, em maior escala, os cursos de Biomédicas e Humanas, em detrimento aos de Exatas. A consequência disso é que já falta mão-de-obra para atender ao mercado.

Comecei minha apresentação com as consistentes conclusões levantadas pelo meu sócio Gustavo Jreige no Orkut:

Precisa ser muito bom em matemática para conseguir seguir na área;

Faltam informações precisas sobre as profissões. Isso gera confusão entre os cursos;

Os cursos de informática são feitos para homens;

Existe uma dificuldade para perceber a vocação;

Os cursos universitários são de baixa qualidade, básicos demais e com professores ruins;

A pessoa que trabalha com isso passa o dia todo no computador;

Tecnologia é hobby e não trabalho;

Dá para trabalhar com informática mesmo sem formação;

Existe concorrência entre profissionais de curso superior e técnico;

O mercado é próspero e amplo, com boas possibilidades de emprego.

Expliquei logo no início que essa não era a minha especialidade, mas conferi nos primeiros minutos se as conversas refletiam a dura realidade enfrentada por eles em seus setores de atuação. Ao término da última linha, ouvi alguns sorrisos de confirmação.

Minhas conclusões comuns ao jantar e à apresentação feita para os profissionais de RH:

  • As comunidades expressam as reais razões comportamentais das pessoas. Elas devem ser ouvidas e respeitadas;
  • Os jovens gostam de falar com pessoas e não com marcas, por mais que elas valham bilhões;
  • O alinhamento da linguagem, cultura e transparência são cruciais nesses casos;
  • As marcas, em muitos mercados, vivem num ambiente de commodities. Isso faz com que surjam diferentes nomenclaturas para as mesmas coisas, como forma de descolamento de imagem. No final do dia, elas mais servem para confundir as pessoas do que mostrar diferenciais competitivos;
  • Os pais preocupam-se com as carreiras de valor que gerem estabilidade ($$). Os filhos, com aquelas que gerem prazer (:p);
  • As conversas “olho-no-olho”, continuam imprescindíveis. Quem tem uma boa referência no mercado, carrega consigo a responsabilidade de orientar a nova geração, sem ver isso como um fardo;
  • Ainda me irrita certas conversas paralelas reforçando que as mídias sociais são feitas somente para “moleques”. Mas se um dia, no passado, duvidaram que os automóveis seriam usados em escala, então tudo é passível de tolerância.
  • Entre nessa discussão. Seria importante ouvir sua opinião. Fico no aguardo.





    Max Gehringer recomenda redes sociais para ex-alunos

    15 04 2008

    Como grande parte dos ouvintes da rádio CBN no trânsito, perto das 8hs da manhã, ouço diariamente o programa do Max Gehringer com atenção. Ontem particularmente um assunto me chamou a atenção. Ele sugeriu que os estabelecimentos de ensino superior apóiem a criação de grupos de redes sociais para que os ex-alunos mantenham contato e fiquem atualizados sobre a evolução profissional da turma, pós período de graduação.

    A sugestão partiu de alguns pontos interessantes:

    • E-mails de ouvintes perguntando sobre o potencial futuro de suas carreiras;
    • Cursos que formam mais profissionais do que o mercado é capaz de absorver (Jornalismo é um deles);
    • Contestação de alguns professores sobre o que Max tem dito sobre cursos e carreiras em seu programa;
    • E, por último, um dado alarmante de um grupo que já formou a sua turma em uma rede social: 80% dos ex-alunos não conseguiram se empregar em suas profissões de formação acadêmica.

    Novamente, o tema social media ganha o mainstrem media, agora pela voz de Max Gehringer.