Ontem eu tive a oportunidade de passar o meu dia em reuniões com executivos de diferentes perfís e negócios. Obviamente, o tema “crise financeira” foi assunto comum e obrigatório posto na mesa.
Percebi que as multinacionais já comunicaram suas subsidiárias brasileiras que haverá cortes para reduzir custos imediatamente. Algumas empresas brasileiras com planos de expansão internacional mantém suas atividades, porém com mais cautela e até certa dúvida.
O governo assumiu abertamente que o céu cinzento dos outros continentes já encobriu o Brasil e as primeiras gotas respingam em solo nacional.
Esse é um momento difícil, pois quando perguntamos à pessoa ao lado “comofas?”, ela provalmente dirá “eu é que ia te perguntar isso: “comofas?”
Vamos analisar juntos como as mídias sociais podem ajudar a sociedade nesse cenário:
1. Dúvidas entre indústria e clientes: os sofisticados sistemas de informação são capazes de mostrar cenários atuais e o comportamento histórico do passado. Mas e o futuro? As mídias sociais relatam em suas conversas o medo que as pessoas têm e o que farão para contê-los. Por que a indústria não toma a iniciativa de entrar mais intensamente nas conversas e, de forma estruturada, ajudar a esclarecer algumas das dúvidas?
2. Educação e cultura: evangelizar o mercado, nesse momento, exige mais do que conceitos e teorias. Muita informação pode ser transmitida por meio de ambientes que ajudem e eduquem as pessoas a conviverem melhor com este cenário, dando dicas úteis de gestão financeira e comportamental, por exemplo.
3. Atitudes drásticas: fiquei surpreso ao ver uma reportagem ontem na TV, onde uma jornalista tentava pegar crédito com as financeiras, justamente aquelas que mais investiam em publicidade e propaganda. Saldo do trabalho: Ou se negavam a atenter ao possível cliente ou anunciavam taxas de juros absurdas. Não estou comentando se estão certas ou erradas na decisão, mas sim na forma de comunicação adotada.
4. Incertezas entre a empresa e os colaboradores: as empresas comunicam internamente que tudo está sob controle e logo em seguida anunciam os cortes. Por que não perguntar quais incertezas circulam na empresa, além dos cortes (que são obvios)? Como uma pessoa consegue ser produtiva num ambiente conturbado como este? Ouço um comentário: “Ah!, mas a nossa intranet só comunica, não permite conversa”. Outro: “recebemos e-mails, porém quando perguntamos, as respostas (quando vêm) são evasivas.”
Esses são apenas alguns dos exemplos que venho notando no mercado. Minhas considerações:
Entendo que as reuniões emergenciais estão acontecendo freneticamente e tomam tempo, porém, quem está do lado de fora da sala não tem bola de cristal. Uma cara mais triste ou muitos relatórios na mão, entrando e saindo da sala, às vezes geram mais pânico do que segurança.
Sugestão: aumente o throughput de comunicação, ouça e converse com os seus colaboradores. Eles têm a Sabedoria das Multidões.” As mídias sociais permitem que o processo flua por diferentes canais e, certamente, o espírito de equipe se manterá mais forte.
“na sabedoria dos grupos conquista-se a diversidade de opinião; independência; descentralização e um bom método para agregar informações” [odebate.com.br]
O mesmo cenário interno está se passando no mercado, porém de forma um pouco mais complexa, em função das políticas empresariais serem diferentes.
Sugestão: use o mesmo procedimento com o seu ecossistema. Apesar de acharmos que a crise veio de fora e impactou o Brasil, a resposta dos problemas está aqui mesmo. Num mundo B2C e B2B, o P2P (Pessoas-para-Pessoas) é que vai mostrar o caminho certo. Conclusão: não será o portal corporativo (brochureware) que fará esse trabalho por você. Não se iluda!
Em momentos de crise, os procedimentos exigem uma mudança ágil como forma de adaptação.
Sugestão: ouça com atenção redobrada o que o mercado deseja, afinal, algumas atividades serão reduzidas, porém não zeradas. Provavelmente os produtos e serviços exigirão mudanças rápidas, assim como a forma de comercialização.
Obviamente quero ouvir você. Qual é a sua situação e considerações?