profissionais de TI torcem pela mídia social

Terminei uma palestra sobre mídias sociais com a sensação do dever não cumprido. Falar das razões é como olhar pelo retrovisor do carro, ou seja, tem pouca serventia. Enquanto eu arrumava meu computador para sair, percebi que um grupo de executivos se aproximava.

Eles eram de diferentes empresas e não se conheciam. Pediram meu cartão de visitas, para minha surpresa me parabenizaram, e puxaram conversa por um tempo superior ao investido na minha palestra. Papo bom, de gente interessada mesmo. Solicitaram uma apresentação semelhante para os demais diretores de suas respectivas empresas. Partiram.

Somente mais tarde olhei com atenção seus nomes, cargos e empresas. E qual não foi a minha surpresa? Todos eram da área de TI. Daquele instante em diante, aí sim, eu tive que olhar pelo retrovisor e tirar algumas conclusões. Vamos lá:

Década de 80: os profissionais de TI eram eminentemente técnicos. Viviam em suas ilhas de conhecimento isolados e falavam um vocabulário que pouco interessava ao resto da companhia.

Década de 90: com o boom dos sistemas de gestão empresarial, esses mesmos profissionais viram suas paredes caírem. Eles passaram a permear toda a companhia, entendendo o negócio e integrando as informações departamentais em processos horizontais, envolvendo várias áreas.

Dias de hoje: os profissionais de TI assumiram um papel estratégico, pois tudo envolve tecnologia, principalmente os resultados. Participam de decisões críticas e ganharam mais poder junto ao board executivo.

Mídia social e os técnicos: o elo de ligação é formado por um tripé: pessoas, novas mídias e tecnologia. Nada mais natural que os profissionais de TI se interessem pelo assunto. Agora, temos que ficar atentos para esse movimento, pois é inédito no mercado.

Pela primeira vez a área técnica se antecipa ao marketing numa tendência de comunicação. Digo mais, eles dominam o assunto e estão engajados. Historicamente esse fenômeno também é justificável, pois os fóruns de discussões fazem parte dessa comunidade há tempos. Agora, eles se expressam por meio de blogs e assinam seus feeds com fidelidade.

Claro que existe o outro lado: o receio pela segurança e a liberação das URLs das mídias sociais, tais como WordPress, Flickr, Slide.com, Youtube, entre outros. No entanto, os projetos nos quais eu tenho participado, mostram que a flexibilidade vem ganhando força. Vamos torcer para que tudo isso se consolide em breve.